20 DE JUNHO DIA DO VIGILANTE

POR QUE QUEREM NOSSO SANGUE,NOSSA CARNE?

Missa em Homenagem ao Dia Dos(as) Vigilantes, Realizada na Igreja de Santana em Salvador-Ba

“A carne mais barata do mercado é a carne negra
De algum antepassado da cor
Brigar sutilmente por respeito
Brigar bravamente por respeito
Brigar por justiça e por respeito (pode acreditar)”
(De Seu Jorge / Ulisses Capelleti / Marcelo Fontes Do Nascimento – imortalizada na vozde Elza Soares).

O 20 de junho é 20 de junho, o Dia da(o) Vigilante porque foi a data em que a nossa profissão foi reconhecida em lei. E lá, na lei, está escrito que temos direitos (poucos, mas temos).
Num olhar insosso o 20 de junho, obviamente que no limite dos integrantes da categoria profissional, teria significado parecido ao do descobrimento do Brasil, da Independência, da libertação dos escravos, entre outras.
Mas a história, sempre escrita e contada na versão dos dominadores e dos senhores da Casa Grande tem forçado a nosoutros da senzala a realizar grandes esforços para reescreve-la, reinterpreta-la e refazer os seus verdadeiros significados, bem como o papel dos explorados.
O 20 de junho também precisa estar inserido nesta releitura, não para nos afastarmos dele ou torná-lo proscrito, zerado, mas para redirecionar seu significado, seu caráter que não é, nem pode ser, no atual contexto, celebrativo, mas de conscientização, denuncia e resistência.

Sessão Especial em Comemoração ao Dia Dos(as) Vigilantes na Câmera Municipal de Salvador

E resistir a quê, porquê e para quê?

  • Resistir a toda campanha e atuação dos nossos algozes contra nossos direitos e nossas conquistas;
  • Resistir a toda atuação desses algozes para desacreditar toda liderança séria que denuncia, faz o bom combate e resiste;
  • Resistir a toda a atuação dos algozes para cooptar a consciência do trabalhador para o lado sujo do capataz, do capitão do mato e de outros traidores de classe, sob a enganosa falácia de “trabalhador de direita”;
  • Denunciar as falsas lideranças que vendem nossa nossos direitos e aceitam baratear nossa carne.
    Vejam que estão tirando nosso direito ao lazer, extinguindo, quebrando, por exemplo, as limitações das Convenções Coletivas para a jornada 12×36?
    Vejam que estão tirando nosso descanso, com a imposição de cursos de atualização à noite, finais de semana, roubando nosso tempo de folga, tempo para a família, para a religião e tempo para Deus?
    Vejam que exploram nosso trabalho sem contratos, sem registro na carteira, sem direitos, sem segurança, sem qualquer proteção?
    Vejam a imposição de contratos temporários, intermitentes, parciais pagando salários insignificante e ilegais (porque abaixo do mínimo) e nos tirando todos os benefícios (alimentação, cesta, férias, entre outros).
    Vejam que estão tirando Vigilantes das agências bancárias, deixando os funcionários e clientes sem proteção, tudo pelo lucro. Nenhuma humanidade, nenhum compromisso com a vida.
    O discurso de convencimento de lideranças duvidosas para que abram mão, em nome dos trabalhadores, das suas conquistas é o “baratear os custos dos serviços de segurança privada para os contratantes”. Para sermos mais baratos.
    A troco de quê?
    Da nossa vida, colocada a todo instante de peito aberto, até porque para eles “vigilante morto, farda em outro”.
    Tens dúvida de quem será a carne vendida mais barata?
    Por isto o 20 de junho não pode ser comemoração, celebração.
    Precisa ser resistência, denuncia e luta por respeito, como assim é o 20 de novembro (Dia de Zumbi dos Palmares – Consciência Negra), Dia da Revolução Farroupilha no Sul, do 2 de julho na Bahia, etc.).
    Nossa carne não será a mais barata.
    Resistiremos!
    José Boaventura Santos – Presidente do Sindvigilantes/Bahia
    Presidente da CNTV – Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes
Na mesa a Vereadora Marta Rodrigues, Ex-vereador Lessa, Ana Jorgina do Diesse, Jose Boaventura e Claudia Lucia Diretor(A) representantes do Sindvigilantes-Bahia
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CNPJ: 14.799.068/0001-97 Sindicato dos empregados de empresas de segurança e vigilância do estado da Bahia