Greve dos Vigilantes da Bahia: um exemplo de resistência contra a terceirização-Renata Mallet Bancária

Um apoio que vem sabiamente nos fortalecer mais e mais a cada dia. No entanto muito pouco de nós somos dignos dele. Parte dessa massa nos faz lutar contra a nós mesmo. Enquanto que, a classe patronal se unem e se fortalecem a partir de uma parte burra, que adota a bandeira do peleguismo e se coloca contra a nossa resistência. Fora patrões picaretas, miseráveis. Fora pelegos indignos da nossa luta. VIVA AOS VERDADEIROS VIGILANTES. A LUTA CONTINUA.

“Como bancária, estou acompanhando a greve de vigilantes da Bahia de perto e a apoiando. Não só eu. Em geral, o sentimento da categoria bancária é a de ser solidário ao movimento dos colegas vigilantes.

É uma greve que reivindica aumento salarial e melhores condições de trabalho. No entanto, não é só isso. Observando mais a fundo, é uma greve de resistência à lógica cruel da terceirização.

Após uma semana de greve, os patrões se mostram irredutíveis. Apresentam um aumento que equivale a 10 reais no salário e querem aumentar a jornada de trabalho. Um trabalho que é em essência estressante e perigoso e, devido às condições de trabalho, cada vez mais precarizado.

Do outro lado, os vigilantes dizem “não” e resistem. Fazem uma greve muito forte. Radicalizada e com a presença da base. Conseguiram paralisar alguns serviços bancários que a greve de bancários há anos não atinge. Fizeram vários atos importantes nas ruas e dentro dos shoppings. Eu cheguei a presencial um, no shopping onde trabalho (onde ficam várias agências bancárias): centenas de trabalhadores fazendo apitaço e gritando É greve! Não é escravidão! Fora Temer! Exigem aumento salarial de 7%, reajuste no ticket alimentação, aumento na contratação de mulheres vigilantes e a manutenção de direitos (a jornada 12×36).

Segundo o sindvigilantes, “os donos das empresas recebem, em media, pelo nosso trabalho 6.000 reais e nos pagam um mísero piso 1002 reais”. Ou seja, como é lucrativa a terceirização! E adivinha quem sai perdendo? O trabalhador. E esse trabalhador tem um perfil. A terceirização do setor meio atinge os negros, as mulheres, o setor da população que sente na pele o descaso com os serviços públicos, baixo salário ( os terceirizados recebem 30% a menos do que o diretamente contratado) e as piores condições de trabalho. Não é a toa que alguns vigilantes dizem que não aceitarão a volta da “escravidão”.

É contra essa lógica que os vigilantes lutam! É contra também o atual governo que quer flexibilizar direitos e acabar com a previdência que eles lutam. Por isso gritam Fora Temer! A luta deles também é nossa! E por isso devem ser apoiada por todos trabalhadores. Pelos trabalhadores que sentem o aumento do ritmo do trabalho, que a cada mês cortam um ítem do carrinho do mercado, que têm seu salário esmagado pela inflação, que ficam nas filas do SUS. Por todos os trabalhadores que têm seus direitos ameaçados.

A lei da terceirização que visa terceirizar todas as atividades das empresas vai acelerar a precarização do trabalho. Vai significar mais desemprego, salários menores, mais adoecimento, maior rotatividade, menor segurança.

A luta contra a terceirização é de todos nós! Todo apoio à greve dos vigilantes!”

Renata Mallet
Bancária

 

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CNPJ: 14.799.068/0001-97 Sindicato dos empregados de empresas de segurança e vigilância do estado da Bahia