Não adianta o patronato tentar dizer que “terceirização” é maravilha. Como terceirizados vivemos na pele, o dia-a-dia dos calotes por parte das empresas que é consignado pelos tomadores de serviços, discriminação e agressão a nossa dignidade também fazem parte desta realidade.
Almoçar em banheiro, trabalhar e não receber salário, rescisões contratuais dentre outros direitos, além de sermos tratados como “desprezíveis, cachorros” é um pouco do que vivemos hoje. Há ainda a relação de desconfiança nesta relação, por exemplo: Se some algo no local de trabalho os primeiros suspeitos são vigilantes e os trabalhadores da limpeza.
O PL aprovado na Câmara, que agora tramita no Senado, piora este quadro. Se esse PL virar lei será a “permissão” (usado o tempo todo no texto do PL) e a legalização da escravidão, da discriminação e do roubo de direitos e da nossa dignidade.
Para uma breve analise segue algumas tentativas expressas no texto do PL para permitir a legalização do roubo.
A sublocação: A empresa vai transferindo o contrato para outras e outras. No final o trabalhador não sabe quem é seu patrão e quem vai pagar seu salário;
Permite que: o contratante separe refeitório, transporte e até ambulatório medico para os terceiros; Mais separação entre os trabalhadores. Seremos sempre o “outro”.
Facilita o calote: retira a obrigatoriedade da lei anti-calote da Bahia.
Pense, reflita e diga NÃO a este PL nojento, odioso e criminoso em relação aos nossos direitos, conquistas e dignidade.
Bahia, 30 de abril de 2015