Resistência: agentes de saúde continuam acampados em protesto contra a Prefeitura de Salvador.

Agentes de saúde estão mobilizados na capital baiana há cerca de quarenta e cinco dias. A categoria protesta contra a falta de cumprimento da Emenda Constitucional 120/22 por parte da Prefeitura. A legislação estabelece que o Piso Salarial do profissional seja dois salários mínimos vigentes no país. Atualmente, o valor seria R$ 2.424,00 (dois mil quatrocentos e vinte e quatro reais). Além disso, os trabalhadores pretendem também que as gratificações existentes sejam mantidas.

De acordo com o presidente da Associação dos Agentes de Saúde da Bahia (AASA), Ivando Antunes, a categoria pretende permanecer no local até que haja uma negociação efetiva. Segundo Antunes, ao agente de saúde de Salvador percebe como piso salarial, a quantia de R$ 877,07 (oitocentos e setenta e sete reais e sete centavos). “Estamos há mais de quarenta dias aqui e pretendemos continuar acampados até o prefeito Bruno Reis cumprir o que a EC [Emenda Constitucional] 120 estabelece. Nossa ocupação é conhecida como o Acampamento da Resistência e isso não é à toa. Somente sairemos após uma negociação que garanta as conquistas que tivemos ao longo de nossa jornada de luta na defesa de direitos”, disse o dirigente da AASA.

Acampamento – Mesmo com a frente fria que está sobre a cidade nos últimos dias, mulheres e homens estão acampados na Praça Municipal, no centro da capital baiana. Em barracas de camping e um barracão de lona improvisado, os agentes de saúde revezam-se entre cozinhar, limpar e realizar o protesto. “A chuva foi um desafio a mais nesses mais de quarenta dias. Conseguimos uma ajuda para uma cobertura mais firme para nos proteger, mas a Prefeitura negou a instalação do toldo nessa dimensão. Conseguimos lonas e cobrimos o que podíamos para poder dormirmos. Esse grupo político tem a insensibilidade como característica principal”, afirmou Antunes.

Politização – O prefeito de Salvador acusa os agentes de saúde de politizar a situação. Essa abordagem tem sido contratada pelos trabalhadores. “O prefeito que já incorre em improbidade administrativa não tem mais argumentos para enganar a população quanto à sua desobediência à Lei Federal e também à emenda aprovada pela Câmara Municipal. Com isso, busca no discurso fácil de que esse é um ato político e eleitoral para desqualificar uma luta que vai continuar depois do dia 30 de outubro. Essa é uma luta política sim, mas é uma política salarial, política social, política de defesa de direitos e por dignidade”, finalizou Antunes.

Apoio – Acompanhando de perto a situação dos agentes de saúde e reforçando a luta da classe trabalhadora, o Sindivigilantes-BA oferta todo apoio à categoria e pretende ampliar o alcance do protesto que acontece na frente da sede da Prefeitura de Salvador. Para o presidente da entidade, Paulo Brito, a intenção é garantir que o Acampamento da Resistência sirva de referência para outras jornadas de mobilização na cidade. “Ao apoiarmos os agentes de saúde estamos garantindo que a luta da classe trabalhadora seja reafirmada na cidade. Precisamos ser solidários, pois o patronato sempre atua para cessar direitos e acabar com as conquistas dos trabalhadores. Levaremos essa pauta para discussão nacional e nos colocamos à disposição dos companheiros e companheiras do Acampamento da Resistência, principalmente em homenagem ao 28 de outubro, dia comemorativo do funcionário público”, disse Brito.

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